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domingo, 6 de junho de 2010

Áthemas


Chamavam-lhe Áthemas, era uma Deusa, a Deusa da beleza, da sabedoria e da justiça. O mar agitava-se na sua presença, as nuvens escureciam como se mudassem de humor, e o vento assubiava com clareza sedutora. As árvores desviavam-se para nossa excelencia passar sem dificuldade. Áthemas tinhas uma grande rival cujo o nome não me passou aos ouvidos. Eu tinha 5 anos e via Áthemas batalhando no ar com a sua rival, ficava imóvel e de boca aberta ao olhar para aquela guerra violenta, sangrento e mística... Era durante a noite que eu via estas batalhas, aconteciam no dia 9 de cada mês. Tudo o que sei sobre Áthemas era o que ouvia dizer das árvores, das flores, do vento e do mar.Eu permanecia quieta durante horas a olhar estes fenómenos. Quando alguém me perguntava o que estava a fazer eu apontava, indicando com o dedo o que se passara no céu mas parecia que não quariam saber. Eu ignorava e continuava fitando aqueles fenómenos todos os meses. Chamavam-me anti-social mas nunca cheguei a perceber porquê. Lia muito enquanto criança, vigiava tudo o que me pertencia desde a terra onde eu costumava estar a brincar até às formingas que me acompanhavam nas brincadeiras. Hoje sou adolescente e continuam chamando-me anti-social, continuo sem saber porquê, ainda hoje assisto às batalhas de Àthemas e Témias, se for este o nome que tiver que lhe chamar. Os outros... continuam me perguntando o que faço na rua à noite a olhar para o céu, e eu aponto o fenómeno místico que testemunho desde os cinco anos.